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Agudo, RS, Brazil
Professor da Universidade Federal de Santa Maria. Campus Cachoeira do Sul. Àrea de Topografia e Geoprocessamento

A riqueza de uma pessoa

"Sorria, admire tudo que estiver a sua volta por que você está vivo e mundo precisa de você."
O profissional geógrafo vem para auxiliar o empresário, agricultor e órgãos públicos a realizar seu trabalho planejadamente e com sucesso dentro das novas exigências de mercado e da legislação.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A IMPORTÂNCIA DO GEÓGRAFO NAS DISCUSSÕES DA GEOMORFOLOGIA NO CONTEXTO SOCIAL

O texto está baseado nas discussões feitas por Margarida Penteado 1981, buscando fazer uma revisão conceitual, metodológica e filosófica com intuito de situar qual posição da geomorfologia dentro da ciência geográfica.

Penteado trás algumas discussões em relação a dicotomia gerada entre o natural e o social, a Geografia Física e a Geografia Humana. Destaca-se que os geógrafos mais representativos não se rotulam em geógrafos humanos ou geógrafos físicos. Diante disso, essa dicotomia tende a ser superada a partir do crescente conhecimento adquirido sobre ambas, tanto individualmente com as ciências sociais, da geologia, da história e até mesmo da própria geografia.

Coloca-se como ultrapassado o binômio Homem-Ambiente somente como sinônimo de natureza, mas no entanto acredita-se que não quando se fala em ambiente como um complexo de relações físicas, naturais, biológicas e sociais. Ora o ambiente como esse complexo de relações por si só já está com essa dicotomia ultrapassada.

Seguindo as discussões destaca-se as reações entre relevo e sociedade. O relevo é colocado sob influências climáticas, abrangendo discussões sobre as características superficiais, deixando de lado a influência das características subsuperficiais.

Quanto a atuação do homem sobre o meio natural, segundo o texto, “depende do seu nível da organização social, das diferenças culturais, do grau de desenvolvimento tecnológico e da vitalidade da economia.” Porém esqueceu das potencialidades e fragilidades de determinado espaço o qual pode influenciar variando a necessidade de um povo.

A realidade geográfica brasileira assemelha-se, segundo o texto, de acordo com os demais países das zonas intertropicais. Onde destacam-se fragilidades tropicais, discussões herdadadas de raízes coloniais. A deterioração ambiental nessas zonas advém de diversos fatores, mas principalmente a falta de consciência ambiental e educação qualificada. Na geografia e o meio ambiente procura analisar os problemas ambientais no país. Colocando o as componentes do espaço como iguais em todo o mundo, diferenciando apenas pela combinação entre eles. Destaca que a função do geógrafo é estudar as relações que conformam as várias regiões da Terra. Sendo assim o geógrafo deve atuar como um intermediário entre as ciências físicas e sociais.

A relação entre a geografia e a geomorfologia, é segundo o texto analisado de acordo com processos superficiais, no entanto não se observou nenhuma inclusão dos atuantes subsuperficiais. Na discussão entre meio ambiente e geomorfologia tem-se colocado ao meio ambiente dividido em dois componentes: Natural ou potencial, no entanto não se falou em fragilidades ambientais, pois não se tem o mesmo nível tecnológico alcançado por todos para ser tratar apenas de recurso ou potencial.

Fala-se em desenvolvimento a partir de geração de tecnologia próprias de cada meio natural e social, mas não se comenta em com clareza de como atingir esse desenvolvimento.

Comenta que sob o prisma antropocêntrico o relevo é sempre um recurso natural. Destaca que o geomorfólogo deverá ser um profissional no sentido de aplicar o seu conhecimento nos problemas práticos para ganhar seu sustento. Desse modo os mapas geomorfológicos sempre devem ser elaborados diretamente aplicáveis aos problemas. Nesse aspecto o geógrafo exerce um papel importante subsidiando outros profissionais como: arquitetos, engenheiros, economistas, biólogos e físicos. Um exemplo prático disso está os acidente relacionados com as usinas nucleares do Japão. Foi ignorado os problemas que podem surgir se não levarmos em conta a geomorfologia no seu contexto amplo, levando em conta as variáveis superficiais (solo, vegetação, hidrografia, relevo e clima), bem como as variáveis subsuperficiais (geologia e tectônica de placas). Essas variáveis não podem ser analisadas apenas em suas partes, mas sim no seu conjunto de forma sistêmica. Em Angra foi completamente ignorada a questão geomorfológica no contexto social, pois as usinas foram instaladas entre morros e próximo a uma grande concentração populacional. Pois bem se ocorrer um eventual deslizamento massivo nesses morros próximo, ou algum outro tipo de acidente o número de pessoas em situação de vulnerabilidade é enorme. Além disso, não podemos ignorar que o Brasil não possui todos os recursos que possui o Japão.

Portanto adquirindo uma visão sobre estudos geomorfológicos e problemas ambientais a partir da abordagem sistêmica percebe-se que os problemas ambientais no Brasil estão relacionados principalmente a falta educação e consciência ambiental, interesses políticos e econômicos, e falta de colocar os problemas ambientais como prioridade para preservação da vida. Nesse sentido o geógrafo deveria receber mais reconhecimento e ter maior participação nas discussões interdisciplinares. È um profissional capacitados para diagnosticar e prognosticar sobre aspectos naturais e sociais do espaço de maneira integrada, com o auxílio da geomorfologia no contexto social. As discussões sobre ecologia, educação ambiental e desenvolvimento sustentável, muitas vezes tornam-se estéreis por falta desse profissional em tais discussões. A valorização e participação do geógrafo pode auxiliar no sucesso e segurança ambiental de um empreendimento.

Gerson Jonas Schirmer